sábado, 18 de abril de 2009

“Eu só boto be-bop no meu samba, quando o Tio Sam tocar um tamborim”

Algo questionável que acontece aqui no Brasil é o fato dos brasileiros (em geral) mal saberem a sua própria língua e ainda assim serem bombardeados pelas línguas estrangeiras (para a minha mãe, inglês, francês ou espanhol seriam a mesma coisa) é triste, mas é a pura realidade. Em escolas públicas de todo o país, é passado o básico do básico do inglês, quase sempre sem nenhum tipo de dinâmica que faça com que o aluno se interesse. Em um estudo recente sobre educação (Vendo a escola, revendo a educação, 2006) na região sudeste de Niterói, realizado pelo grupo Nós na Fita em 2006, na qual também fiz parte, constatou segundo os alunos, que fica ainda mais difícil aprender o inglês, por exemplo, por já não terem nenhum tipo de interesse pela língua. O que parece andar na contramão da história contemporânea, em que filmes americanos continuam sendo referência de melhor cinema e músicas como hip-hop nunca andaram em tanta evidência entre a juventude brasileira.
No filme de Sílvio Tendler, o documentário “Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global Visto doLado de Cá” traz uma fala de um cantor de rap, que vive na periferia de Ceilândia/DF, Japão Viela 17, onde diz que pegamos a mania vinda de “fora”. A mãe dele nordestina, nunca saberia o que é black music, mas se disserem música de preto, teria certeza que entenderia.

Eu não sou a favor (mais) de banir de vez com o que é principalmente americano (entrei numa aula de inglês, mesmo sabendo que eu tinha aversão. Resultado: saí do mesmo jeito que entrei. Mas comecei a admirar o que valia a pena. As histórias de Martin Luther King e Malcom X; os grandes corais de músicas negras; o amor do povo americano pela sua pátria), e até assisto a alguns clipes de hip-hop, mas com consciência super crítica (Porque é que sempre tem que ter belas mulheres, dinheiro, carros e sexo nesses videoclipes?). Bom, como não dá mais para fugir, e o mundo capitalista pede cada vez mais pessoas atualizadas e com bom nível de inglês, que o MEC inclua nos parâmetros curriculares um inglês (junto com um português) de boa qualidade e dinâmico, ou que pelo menos invista em cursinhos, como o antigo Celemo que funcionava dentro do Liceu Nilo Peçanha (Veja foto abaixo), que o preço era bem camarada e professores ótimos.


Dica para exercitar inglês pela internet de graça: http://www.livemocha.com/

Crônicas sobre Niterói "Alda Corrêa Mendes Moreira": http://www.espelhopoetico.pro.br/cronicas/niteroi.htm

Ana Paula Silva, 7º período em Comunicação Social no Centro Universitário Plínio Leite e atuante na Bem TV.

0 comentários:

 
Blogger design by suckmylolly.com